4.4.07

Rotundas

À porta de uma ausência que tarda
E perante notícias de um bom acordar,
Por entre os lençóis molhados do súor,
Renegarás a dura dor, despirás a farda,
Sabendo que está por chegar
A tinta brilhante que à luz empresta a cor.

Irás serpentear a rotunda
Esperando a resposta profunda
do regresso do Amor.

Jogando em tabuleiro redondo
Círculo perfeito, doce estrondo,
Entre o Sol e a dor.

Talvez na súbita sombra
Uma gota de gelo se cristalize
Ou o medo sobressaia.

Talvez encontres uma traição
No espelho das memórias
Ou na luta ou nas vitórias.

Por não conheceres a resposta
Da fatal questão, a verdade suprema,
continuas em rotunda, profunda
Hesitação do teu caminho.

Miguel Nuno 99

1 comentário:

Anónimo disse...

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