27.4.07
25.4.07
8.4.07
6.4.07
Certeza
As horas de saudade e de martírio
Por tudo o que passou
E o tempo cristalizou
Passei-as
A certeza do fim veio tão cá dentro
Que às vezes inda o finado
Dentro do seu trono fechado
Revive
As raivas de ficar e não seguir
E não cumprir os planos
Que vêm de anos e anos
Esgotei-as
Mas o medo da hora derradeira
Feito de negações
Renúncias cruzes perdão
Não tive
Mário Dionísio, 1950
Por tudo o que passou
E o tempo cristalizou
Passei-as
A certeza do fim veio tão cá dentro
Que às vezes inda o finado
Dentro do seu trono fechado
Revive
As raivas de ficar e não seguir
E não cumprir os planos
Que vêm de anos e anos
Esgotei-as
Mas o medo da hora derradeira
Feito de negações
Renúncias cruzes perdão
Não tive
Mário Dionísio, 1950
4.4.07
Caminhar
Cada passo mais
É um passo em frente
É um passo que aproxima o momento
É um passo que atravessa o vento
Rumo a um final certo.
Cada passo mais
É um estar mais perto.
Cada passo é um risco,
Um traço,
Uma linha que se converte
Em caminho
E faz do destino
Uma presença ausente e
Sempre definitiva.
De cada passo se faz
O respirar da vida.
Miguel Nuno 2000
É um passo em frente
É um passo que aproxima o momento
É um passo que atravessa o vento
Rumo a um final certo.
Cada passo mais
É um estar mais perto.
Cada passo é um risco,
Um traço,
Uma linha que se converte
Em caminho
E faz do destino
Uma presença ausente e
Sempre definitiva.
De cada passo se faz
O respirar da vida.
Miguel Nuno 2000
Rotundas
À porta de uma ausência que tarda
E perante notícias de um bom acordar,
Por entre os lençóis molhados do súor,
Renegarás a dura dor, despirás a farda,
Sabendo que está por chegar
A tinta brilhante que à luz empresta a cor.
Irás serpentear a rotunda
Esperando a resposta profunda
do regresso do Amor.
Jogando em tabuleiro redondo
Círculo perfeito, doce estrondo,
Entre o Sol e a dor.
Talvez na súbita sombra
Uma gota de gelo se cristalize
Ou o medo sobressaia.
Talvez encontres uma traição
No espelho das memórias
Ou na luta ou nas vitórias.
Por não conheceres a resposta
Da fatal questão, a verdade suprema,
continuas em rotunda, profunda
Hesitação do teu caminho.
Miguel Nuno 99
E perante notícias de um bom acordar,
Por entre os lençóis molhados do súor,
Renegarás a dura dor, despirás a farda,
Sabendo que está por chegar
A tinta brilhante que à luz empresta a cor.
Irás serpentear a rotunda
Esperando a resposta profunda
do regresso do Amor.
Jogando em tabuleiro redondo
Círculo perfeito, doce estrondo,
Entre o Sol e a dor.
Talvez na súbita sombra
Uma gota de gelo se cristalize
Ou o medo sobressaia.
Talvez encontres uma traição
No espelho das memórias
Ou na luta ou nas vitórias.
Por não conheceres a resposta
Da fatal questão, a verdade suprema,
continuas em rotunda, profunda
Hesitação do teu caminho.
Miguel Nuno 99
Com Asas Parti
Ofereci-te uma rosa vermelha
E com asas aos ombros parti.
Não importa invocar os passos
Que perdi, os silêncios que percorri,
As memórias a que me entreguei...
Ofereci-te uma rosa e pus-me a voar.
Fiz-me aos céus e desapareci pelo ar.
Não interessa sublinhar os traços
Que cumpri, os horizontes que só eu
Vi, raízes que criei...
Ofereci-te uma rosa junto ao mar.
Com asas a crescer, a boca a secar.
Não é preciso recordar a dor que
Bebi, o tremor que senti, o grito
que não calei...
Ofereci-te uma rosa e segui.
Não para fugir mas para encontrar
Um jardim cheio de rosas por
Colher, que eu possa ao menos fotografar
Para mandar emoldurar e por fim te
Oferecer.
Ofereci-te uma rosa e com asas parti.
Atrás dos mundos que sonhei, dos sonhos que te prometi.
Miguel Nuno 99
E com asas aos ombros parti.
Não importa invocar os passos
Que perdi, os silêncios que percorri,
As memórias a que me entreguei...
Ofereci-te uma rosa e pus-me a voar.
Fiz-me aos céus e desapareci pelo ar.
Não interessa sublinhar os traços
Que cumpri, os horizontes que só eu
Vi, raízes que criei...
Ofereci-te uma rosa junto ao mar.
Com asas a crescer, a boca a secar.
Não é preciso recordar a dor que
Bebi, o tremor que senti, o grito
que não calei...
Ofereci-te uma rosa e segui.
Não para fugir mas para encontrar
Um jardim cheio de rosas por
Colher, que eu possa ao menos fotografar
Para mandar emoldurar e por fim te
Oferecer.
Ofereci-te uma rosa e com asas parti.
Atrás dos mundos que sonhei, dos sonhos que te prometi.
Miguel Nuno 99
3.4.07
Para Quê?
Tantos
Medos passam
Com o vazar
Das horas
Vagas. Tantas
Horas vagas
Por vazar e
Para quê estes
Medos tão vagos?
Miguel Nuno 98
Medos passam
Com o vazar
Das horas
Vagas. Tantas
Horas vagas
Por vazar e
Para quê estes
Medos tão vagos?
Miguel Nuno 98
2.4.07
Taça D´outras Memórias
Memória quase colei.
Sonhos d´outrora
Por conquistar,
Meu castelo d´ar,
Meu vento que cobri
Calando a montanha porque
Sôfrego sonhei em vão!
Calando a canção,
Meu só eu que já vi.
Miguel Nuno 98
Sonhos d´outrora
Por conquistar,
Meu castelo d´ar,
Meu vento que cobri
Calando a montanha porque
Sôfrego sonhei em vão!
Calando a canção,
Meu só eu que já vi.
Miguel Nuno 98
Perguntas
Depois de abandonado
O vento surgem carícias feitas
Das respostas que não dei.
Sem poder ser recuei.
Tu vais perguntando por aí...
Mas no assobiar do Sol e da
Chuva e dos pássaros surge
Retórica simples: esta humidade
Não será feita simplesmente
de ti?
Miguel Nuno 98
O vento surgem carícias feitas
Das respostas que não dei.
Sem poder ser recuei.
Tu vais perguntando por aí...
Mas no assobiar do Sol e da
Chuva e dos pássaros surge
Retórica simples: esta humidade
Não será feita simplesmente
de ti?
Miguel Nuno 98
Às Tantas Até Tento
Reconhecendo as pégadas
Duma cara
Conhecida nas rotundas do ar,
Vou escrevendo em
Papel que
Deixo azul ao passares,
Caneta que amo
por palavras que não sei dizer.
Às tantas até tento
Calar, só ver...
Mas são momentos em que, de
tão pouco cantar, rebento.
Miguel Nuno 98
Duma cara
Conhecida nas rotundas do ar,
Vou escrevendo em
Papel que
Deixo azul ao passares,
Caneta que amo
por palavras que não sei dizer.
Às tantas até tento
Calar, só ver...
Mas são momentos em que, de
tão pouco cantar, rebento.
Miguel Nuno 98
Tudo o Que Oiço
Tudo o que oiço
Tudo o que foco
Tudo o que faço
Me aleija em ruído e passo.
Tudo o que dou
Tudo o que olho
Tudo o que escolho
Me fulmina em solidão e vou.
Coração, furacão abandonado,
Traz-me de volta meu
carinho e bom fado.
Miguel Nuno 98
Tudo o que foco
Tudo o que faço
Me aleija em ruído e passo.
Tudo o que dou
Tudo o que olho
Tudo o que escolho
Me fulmina em solidão e vou.
Coração, furacão abandonado,
Traz-me de volta meu
carinho e bom fado.
Miguel Nuno 98
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