2.4.09

Nasce

A Vida (a Memória) tem destas coisas.
Muito longe de adivinhar o Futuro,
na tese final de curso dediquei o poema, que agora convosco partilho,
ao amor imenso pela minha primeira Beatriz,
cuja saudade jamais me deixará.

Certo de que hoje está uma estrela a brilhar mais forte lá
em cima, a zelar por todos nós e com
o sorriso brilhante de quem nunca nos deixará.


Em memória de Beatriz Nunes Gabriel (1914-2004):

Nace

Yo aquí vine a los límites
En donde no hay que decir nada,
Todo se aprende con tiempo y océano,
Y volvía la luna,
Sus líneas plateadas
Y cada vez se rompía la sombra
Con un golpe de ola
Y cada día en el balcón del mar
Abre las alas, nace el fuego
Y todo sigue azul como mañana.

Nasce

Aqui cheguei, aos limites
onde não é preciso falar,
tudo se aprende com o tempo e o oceano,
a lua aparecia
com as suas linhas prateadas
e aos poucos desfazia-se a sua sombra
com um golpe de onda
e na varanda do mar o dia
abre as asas, nasce o fogo
e tudo continua azul como amanhã.

Pablo Neruda
in “Plenos Poderes”, 1962.

Miguel Nuno 31/Março/09